Tuesday, June 14, 2005

Podeis dar-nos a morte

Não são muitos os poetas, os poemas sobre quem possa dizer que a primeira recordação deles que tenho venha da escola e não da estante da sala. Eugénio de Andrade é um deles; por alguma razão escapou-me na estante (talvez estivesse numa prateleira muito alta) e, por isso, foi pela voz de G. que o ouvi pela primeira vez. Dirá o Filipe: "Lá está ela, outra vez, a elogiar a escola pública". Pois é.
Este não é o meu poema preferido, esse reli-o ontem à noite e guardo-o para mim.

Frente a frente
Nada podeis contra o amor,
Contra a cor da folhagem,
contra a carícia da espuma,
contra a luz, nada podeis.
Podeis dar-nos a morte,
a mais vil, isso podeis
- e é tão pouco!


Eugénio de Andrade

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